Jovens que não concluem o ensino médio ainda são maioria no Brasil

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Evasão escolar no ensino médio atinge mais de meio milhão de jovens por ano.

A pesquisa “Combate à evasão no Ensino Médio: desafios e oportunidades”, da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan SESI), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), revelou os graves impactos da evasão escolar no Brasil: meio milhão de brasileiros com mais de 16 anos deixam a sala de aula todos os anos, seja por necessidade de trabalhar para ajudar a família, seja pela falta de perspectivas futuras ou mesmo por desinteresse pela escola.

O estudo também mostrou que apenas 60,3% dos jovens completam o ciclo escolar até os 24 anos. Entre os mais pobres, o número dos que concluem o Ensino Médio é de 46% contra 94% dos estudantes mais ricos.

A pedagoga e diretora geral do Curso Evidente, especializado na preparação de jovens e de adultos para a conclusão do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, Deborah Fracischelli Amoni, ressalta que a evasão escolar atinge a todos nós e que a educação precisa ser prioridade nacional. “A evasão escolar no Ensino Médio pode ser atribuída a uma série de fatores complexos e interligados. Alguns dos principais motivos incluem desinteresse e falta de motivação, problemas financeiros, gravidez na adolescência, violência e segurança, baixa qualidade da educação, fatores sociais e culturais, distância e falta de acesso, desafios de saúde, problemas familiares e falta de perspectivas futuras.

Medidas de combate à evasão escolar

Instituições, educadores, sociedade e iniciativas privadas devem se mobilizar e traçar estratégias para evitar a evasão escolar.

De acordo com Deborah, o governo pode contribuir significativamente para a diminuição dos índices de evasão escolar no Ensino Médio no Brasil por meio de uma série de medidas e políticas educacionais, tais como:

  • melhoria da qualidade da educação;
  • programas de apoio;
  • currículo relevante;
  • incentivos financeiros;
  • programas de prevenção à gravidez na adolescência;
  • combate à violência;
  • apoio psicossocial´;
  • programas de educação continuada;
  • monitoramento e intervenção precoce;
  • parcerias com a comunidade.

“O governo precisa realizar campanhas de conscientização sobre a importância da educação e sobre as oportunidades que a conclusão do Ensino Médio oferece em termos de emprego e de qualidade de vida, além de estabelecer sistemas de avaliação e de monitoramento para garantir que as políticas e programas educacionais sejam eficazes e adaptados às necessidades em constante mudança”, enfatiza Deborah.

Segundo a pedagoga, essas estratégias devem ser parte de uma abordagem coordenada e de longo prazo, envolvendo governos, escolas, comunidades e empresas. A educação de adultos também é essencial para o desenvolvimento econômico e social do Brasil.

“Democratizar o acesso aos cursos para jovens e adultos concluírem os Ensinos Fundamental e Médio também pode ajudar a reverter a situação deficitária da população brasileira, mas é necessário adotar medidas que eliminem as barreiras e ampliem as oportunidades de aprendizagem, como: flexibilização de horários e modalidades de ensino, parcerias com empresas e organizações, apoio pedagógico e emocional, incentivos financeiros e bolsas de estudo, expansão da oferta de curso, entre outras”, acrescenta.

De modo geral, a formação educacional proporciona aos indivíduos conhecimentos, habilidades e competências que são valiosos no mercado de trabalho.

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